Saturday, July 01, 2006

Soneto em Transe ( para Glauber Rocha )

© Nathan de Castro


O poeta vagava pelas luas
cortado a sete facas, na sangria,
enquanto a terra em transe adormecia
e o medo abria as portas com gazuas.

Nas trevas do eldorado sem poesia,
ele juntava as vísceras nas ruas,
pingando suas dores... Seminuas
bandeiras desfraldadas e vazias.

Soldado sem vitórias e impotente,
onde a explosão da bomba? Onde a miséria?
Qual verso sabe o sangue de uma artéria?

Quando o golpe da dor se faz urgente,
levanta-se a palavra e segue em frente...
Poesia não rima com matéria!

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Caro poeta:
Foi a primeira vez que abri o seu blog. Levei algum tempo sem internet. Lamento não o ter saboreado antes. Está uma delícia.
Um grande abraço.

Raymundo Salles

August 01, 2006 5:45 AM  

Post a Comment

<< Home