Saturday, June 03, 2006

Devaneios

© Nathan de Castro


Não rabisquei poemas no teu colo,
mas deixei nele as marcas dos meus dentes,
e foram tantas marcas que o consolo
dos beijos se faziam sempre urgentes.

Não naveguei canções no teu pescoço,
mas afoguei a língua nas enchentes
dos veios transbordados no alvoroço
das chuvas de cristais incandescentes.

Hoje, o silêncio é amigo dos sonetos,
que se vestem de estrelas, sem poesia,
— Poesia é o sumo doce dos teus seios —,

mas neles guardo os sonhos incompletos
e cumpro a sina e solto a cantoria,
tingindo de saudade os devaneios.

4 Comments:

Anonymous Anonymous said...

"Devaneios"..."A boca fala daquilo que o coração está cheio" Disse Mt 12,34.
Nathan,o coração do homem carrega aquilo que de mais íntimo e profundo ele possui...E esse poema passa a sensação de que é o próprio coração que grita!!Eu bebo teus poemas, eles são lindos e profundos!

June 03, 2006 6:27 AM  
Blogger POEMAS GERAIS said...

Lindo, maravilhoso seu poema.
Sou apaixonada pelo seu trabalho. Parabéns.

Um grande abraço

Sonia

June 04, 2006 7:09 AM  
Anonymous Anonymous said...

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June 27, 2006 10:23 AM  
Anonymous Anonymous said...

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July 01, 2006 3:07 AM  

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