Friday, June 16, 2006

Versos Tortos I

© Nathan de Castro


Foi somente um pesadelo.
O mato continua verde e a terra
com sabor de terra, dia após dia,
brotando poesia e servindo de lua
para as luas distantes.
Foi tudo rápido como o vento:
tratores, arados, motosserras...
Novela com apenas um capítulo,
sem início, meio e fim.
E o tempo, jogado no fundo da gaveta,
sonhando ao lado dos rascunhos de sonetos.
Somente esses meus rabiscos
sabem a verdade e o medo
estampados na face da noite.
E, enquanto durmo, servem-me de escudo.
Eles se afeiçoaram ao meu poeta,
ou, quem sabe, a esta minha tristeza
de árvore tombada.

3 Comments:

Anonymous Anonymous said...

A árvore viveu os
campos floridos de outrora.
Abrolhos e espinhos
sobreviventes onde nada reverdece,
viram juntos a tristeza de um poeta.
Testemunham que antes
da árvore tombar inanimada,
ela curva seus galhos,
e chorando,
a face do poeta beija.

June 19, 2006 2:58 PM  
Anonymous Anonymous said...

Eita,
li, reli, e de novo...
de novo....
Nathan: lindíssimo!!

Tristeza da árvore que tomba,
que sabemos não ser só pesadelo...
os rabiscos de escudo.....

muito bom!!!


beijo

June 24, 2006 6:57 PM  
Anonymous Anonymous said...

Eita,
li, reli, e de novo...
de novo....
Nathan: lindíssimo!!

Tristeza da árvore que tomba,
que sabemos não ser só pesadelo...
os rabiscos de escudo.....

muito bom!!!


beijo

June 24, 2006 6:58 PM  

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