Thursday, June 22, 2006

Versos Tortos VII

© Nathan de Castro


Os sonetos já não me procuram como dantes.
Às vezes perco-me nos labirintos
das tônicas, métricas e rimas.
Penso que vivi muito pouco
e já não encontro o que dizer
em quatorze linhas amarradas.
Para escrever é necessário que a vida
seja agitada e que se acumule muitas histórias
de luas e oceanos, além de serras, claro.
Precipícios, rios, cavernas e canteiros são importantes,
mas as estradas...
Essas, sim. De importância fundamental.
Quanto mais estradas percorridas,
tanto mais histórias a contar.
Depois vem a parte mais complicada:
lapidar as palavras.
Ofício dolorido, esse, de talhar a alma.

4 Comments:

Anonymous Anonymous said...

lapidar a alma é labiríntico
escrever não é difícil
poeta bifurcado ser humano
difícil é a vida e seu ofício
corpo dum lado alma doutro
existência única na dupla
lilian natal maial castran
posso dizer árvore binária?
não, claro como nathan
uma dicotomia desarmada?
dessamarradas as palavras

June 22, 2006 6:49 PM  
Blogger Vicente said...

This comment has been removed by a blog administrator.

June 24, 2006 11:34 PM  
Blogger rogerio santos said...

Amigo Nathan, sinto o mesmo quando escrevo. Cada poema, um parto natural.
Abraços
Rogerio

June 28, 2006 8:02 AM  
Blogger rogerio santos said...

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June 28, 2006 8:02 AM  

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