Narciso
© Nathan de Castro
Cavalos galopavam nas campinas
com as crinas ao vento, - Liberdade! -
enquanto o azul cantava o céu de Minas.
Bando de garças... Ah! Tranqüilidade
dos vôos de vitórias e esperanças,
quando o rio acenava o fim da tarde.
Os peixes saltitavam, e as crianças
sorriam das canções de águas correntes
e dos redemoinhos, feitos danças.
Silêncio nas marolas reluzentes!
E a lua cheia e pálida de espanto,
olhava-se no espelho transparente.
Narciso, ah! Narciso, todo o encanto
das telas das Gerais seguem comigo,
brincando nas saudades do meu canto.
Narciso eu sou!... O rio é meu amigo.
O seu espelho é prato de poesia
para saborear... E enquanto sigo
na busca do cardápio que alivia
meu peito de poeta apaixonado,
relembro os sons da antiga melodia.
O velho, o novo, e sempre lado a lado
com esse canto mágico que um dia
beijou Luana... O espelho... Meu pecado!
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