Tuesday, August 15, 2006

Escandindo Saudades


© Nathan de Castro


Por que não me fizeste prisioneiro
no instante em que esqueci da confiança
e o medo se instalou no olhar do arqueiro?...
-O meu cupido ainda era criança!

Por que não exigiste um mensageiro
levando-me castelos de esperança:
um verso, um beijo, um cântico primeiro?...
Por que não me deixaste uma lembrança?

Passaram-se as estrelas e, hoje sigo
escandindo os motivos da saudade...
Nem sei falar de amor sem a viagem

que invento à cada verso que castigo...
No peito a tal paixão faz tempestade
e a rima fica, assim... Feita voragem.

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