Tiziu
© Nathan de Castro
Passarinho preto de cantiga chata,
vive a repetir a mesma ladainha.
Dá um pulo, bate as asas e arremata
o trinado triste da canção que é minha.
Por direito insisto: — Esse verso é meu!
Verso-plágio é crime que resolvo a bala.
Faça-me o favor, sua cantiga encheu,
por que não imita o pavão de bengala?
Deixe que as paixões e rimas repetidas
destes ternos pretos de tristezas mil,
sejam sempre os mantos das minhas feridas.
Desfile vaidades, nunca mais, Tiziu.
Vista novas roupas, todas coloridas,
e aproveite os ventos nos céus do Brasil.
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