Fogueira
© Nathan de Castro
Se me encontrares pelas ruas, não sou eu:
sou este aqui, que escreve e chora versos tolos.
O que caminha pelas ruas traz nos olhos
as letras das canções dos beijos que perdeu.
Se me encontrares pelos bares, navegando
em copos de cerveja com velhos amigos,
após o quinto copo verás, quando em quando,
um vulto anuviado que sai dos abrigos.
Mas quando nas tardes nós nos encontramos
na fogueira de um verso com galhos e ramos
recolhidos no chão do nosso pensamento,
o poema que nasce é dor e fingimento,
da loucura à razão, e se espalha ao vento.
Brasas, cinza e fumaça... Nada aproveitamos.
1 Comments:
Que honra poder comentar em seu blog. Fantásticos seus sonetos. Um mais lindo do que o outro. Você brinca com a harmonia dos versos. Parabéns.
Valéria
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