Wednesday, May 30, 2007

Tem Gente que Acredita em Conto de Fadas


“Ele convenceu o plenário!” (ACM )

Não convenceu o povo brasileiro, que assiste, atordoado,

a todas as denúncias de corrupção deflagradas pela

“operação navalha”.

Navalha, sim. Navalha na carne dos trabalhadores brasileiros!

Muitos falam em excessos da PF, outros voltam, após o

apoio do “Superior”...

Fazem festa e são cumprimentados por todos os “correligionários”...

No mais, tudo bem. O dólar está em baixa, a economia, em alta, e

boas perspectivas para o tão falado “crescimento sustentável”.

Como dói o silêncio!

Parece que nada de novo existe nos céus do Brasil.

Essa rotina de anos e anos deixa uma fumaça de ópio

paralisante nos olhos da nação.


No boteco da esquina, o aposentado, com seu salário mínimo,

toma uma cachaça e fuma um cigarro paraguaio.

O estudante de medicina fuma um cigarro de maconha.

O dono do boteco não paga impostos. Sequer tem registro.

A faculdade é federal, está sempre em greve.


Hoje é segunda-feira, feriado nacional para todos os políticos,

assim como as quintas e sextas-feiras, sábados, domingos e

feriados também, claro!

Ainda bem! Já pensou se trabalhassem todos os dias?


Notícia do outro lado do mundo: - “Ministro japonês comete suicídio,

após ser acusado de corrupção”.

Essa moda não pega por aqui.

Temos lindas praias, temos o aqüífero Guarani, a Amazônia e, segundo

dizem, temos o futuro em nossas mãos.

“O Brasil é o país do futuro!”


Tem gente que acredita em conto de fadas...

Tuesday, May 29, 2007

Grito de Saudade


© Nathan de Castro


Se não houvesse palavras,
se não houvesse desejos,
por certo, o amor me coubesse
num beijo ardente da tarde.
Se não houvesse paixões,
os versos fariam sentido...
Seriam somente açoites
de um sonho pequeno e aflito.

Se não houvesse estradas,
se não houvesse cortejos,
por certo, a morte faltasse
nos meus versos de saudade.
Se não houvesse canções,
onde seria o infinito?...
Os dias somente noites,
e as noites sem o meu grito.

Friday, May 11, 2007

Bailado do Amor Maior

© Nathan de Castro


... E, grávida, de amor, se fez paixão
e ao seu silêncio ousou toda a beleza
das luas, tantas, quantas... Da certeza
do véu que envolve a mágica canção.

Barriga... Seios... Ah! Doce estação
que encanta-se em poesia; a Natureza
faz festa e exibe os polens da indefesa
Flor que sussurra um verso de algodão.

Como explicar o gozo do momento
de luz no seu olhar, se o encantamento
é bem maior que as rimas do Universo?

Se em sonhos eu lhe vejo solta ao vento,
num bailado de Lua... A vida, o berço...
Nós, astros refletidos num só verso!?

Saturday, May 05, 2007

Versos Tortos XIII


© Nathan de Castro



Inventei de fazer caminhadas.
Caminho por palavras tolas...
Tolas, essas minhas novas manias
de buscar pela poesia onde sei, somente encontro rimas
já tão conhecidas.
Sem companhia sigo pela avenida de árvores desertas
e trânsito apressado. Os muros altos não revelam a
poesia das casas. Casas sem poesia nunca serão
assombradas e nunca saberão o encanto das brincadeiras
de crianças no jardim.
Por entre os prédios frios vejo a poesia concreta
da poluição. Ninguém aparece nas janelas para
ver a banda passar.
Já não existem bandas. Já não existem casas.
Somente o som dos dias tristes, prisões e o assombro
da poesia de uma avenida de árvores desertas.