Friday, September 21, 2007

Chorinho


© Nathan de Castro

Eu choro porque a Natureza chora
e a Natureza é amiga dos poetas...
Chorar num ombro amigo me apavora,
mas sei que ainda existem borboletas!

Eu choro porque vejo o aqui e agora,
e choro pelos filhos das sarjetas...
Se não chorar, meu sonho se evapora
e o meu poeta quebra as clarinetas!

Portanto, choro lágrimas de estrelas
e enfeito as minhas páginas e telas
com flautas, violoncelos e pianos...

E choro, porque todas as janelas
abertas eu fechei sem escrevê-las
a tempo de estancar meus oceanos.

Monday, September 10, 2007

Soneto ao Coração

© Nathan de Castro

Antes que o nada em nada se transforme,
deixo um soneto tolo ao coração,
que tanto amou sem reclamar da enorme
parede que escrevi sobre a paixão.

E antes que o corpo em vida se deforme,
agradeço a fiel dedicação,
mas por favor te peço, agora, dorme.
Permita-me uns minutos de razão!
Preciso caminhar em liberdade,
sinto-me prisioneiro das saudades
e as minhas asas pesam como luas...

Ah! Velho coração, a nossa estrada
precisa de uns instantes de alvoradas,
para acalmar o tempo e as suas gruas.