Wednesday, September 22, 2010

Soneto da Mudança de Estação


© Nathan de Castro


A tarde me conduz a um novo verso
e pra mudar o tom da sinfonia
escrevo este soneto sem as rimas,
para que o peito aprenda outro compasso.

Falar de amor e luas de setembro
deixa-me um vento frio de esperança
e quando o verso vem todo acertado,
não acontecem sóis de primavera.

Silêncio dos pardais... Chegou a noite
e o sorriso da amada não responde
o verso apaixonado do poeta,

que já fugiu das páginas do inverno,
mas tem na face as marcas e os estragos
das sombras agourentas dos agostos.

Saturday, September 11, 2010

Os Girassóis ( com Van Gogh )


© Nathan de Castro


Por que pintaste os Girassóis no vaso,
se lá no prado as flores são mais belas?
De lá elas conseguem ver estrelas
e embalam a poesia de mil sóis.

Por que deixate triste essas donzelas,
perdendo o brilho e o som dos madrigais,
se o pólen de um poema exige mais,
bem mais que pinceladas amarelas?

Bem sei : nem só de vida , a poesia
se encanta. A morte é a mágica do verso...
Por que da dor se enfeita esse Universo?

__Porque o mistério é doce e, essa magia
de ver a vida em versos é um presente...
Eu vi!.. Caiu, da tela, uma semente!