Wednesday, June 24, 2009

Nightmare

© Nathan de Castro


When I died there was an Autumn sun
licking through the cracks of my room´s window.
A blue crow was playing an old cello
with no strings, with piano keys,
and with his croaked voice he quoted
some of the gorgeous poems
that had enchanted me in life.
Light was happily dancing on the boat´s cedar
and its hands had the fire of passion!
On the lover´s boat the Captain
was yelling his head off, "Storm ahoy"!
And in silent peacefulness,
with eyes of an enthralled mountain,
the sea told me, "Go Poet, Pirate of words,
dive in and rescue all the poems
you´ve lost throughout your trip."
A smiling seagull landed on the hatchway
and I woke up with a crazy desire
to take a walk around the Central Park.



Tradução para o inglês: Dalva Agne lynch

Monday, June 15, 2009

Prisioneiro da Paixão

© Nathan de Castro


Eu tenho medo.
Medo do norte,do sul, da sorte, do azar, das lágrimas,
dos risos, dos vícios, dos porres...
Medo de avião, medo das estradas,
das curvas da vida, e da morte.
Tenho medo das ruas, da mulher nua
que acena um sorriso na televisão.
Tenho medo das paixões, das canções
que dizem tudo e das que dizem nada.
Tenho medo do escuro, do futuro e das palavras
lançadas ao vento.
Tenho medo da poesia que invade os meus dias
e me deixa, assim, com cara de medo.
Tenho medo dos poemas com temas rebuscados,
dos versos de asfalto e concreto.
Tenho medo do errado e do certo.
As noite de lua cheia me ditam saudades
e o medo das paixões inventadas, pequenas,
invadem as minhas madrugadas.
Tenho medo das madrugadas, mas elas me alimentam
e acenam os caminhos dos versos.
Tenho medo do tesão que me acende a alvorada,
mas gosto de beijar a primeira luz do dia.
Tenho medo do sete, do oito, do nove...
O meu número é soneto
mas, vez por outra, gosto dos esqueletos
de uns versos tortos.
Os quatorze me comovem, mas não abro mão
dos delírios.
Vez por outra, busco o medo e abraço a solidão
de uns versos livres, como eu.
Eu, prisioneiro da paixão.

Saturday, June 13, 2009

Versos Tolos II

© Nathan de Castro


Carrego um grito de silêncio em minha mão direita.
Ele me dita os versos da galáxia dos meus dias.
Mas perdi o contacto com a nave-mãe,
e hoje vago perdido por entre as luas do
planeta azul.
Terra, Terra, Terra, onde escondeu os ossos
das palavras dos meus dias?
Quisera somente o sal e o suor dos meus poemas.
Quisera o último soneto, a última palavra, a última
canção de amor.
Tempo, tempo, tempo, onde escondeu o relógio,
de areia, que pingava o sangue da poesia que me havia?
A ampulheta corta o meu tempo em mil pedaços,
e já não sei como fugir dessa sina que canta,
grita e escreve na areia, na terra, no mar e em todas
as páginas em branco da minha vida.
Carrego um grito de silêncio!
Um grito de silêncio em minha mão direita;
e o grito tem nome:
Saudade! Saudade da poesia que escrevia o azul
no céu da eternidade.


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Thursday, June 11, 2009

Versos Tolos I

© Nathan de Castro


A minha vida é um soneto:
pequena canção de quatorze versos.
Poema com métrica, com tônicas
bem colocadas, para dar ritmo.
Poema sem lágrimas, sem rumo...
Pequena canção de outono à espera do inverno.
A minha vida é norte, sul, leste e oeste!
Primavera, verão, outono e inverno.
Bússola com brócolis, cenoura e pimenta.
Coisa mineira... Feijão tropeiro com rimas
de árvores desfolhadas.
Não serve para nada!
A minha vida é somente isso:
um poema tolo para confundir
a cabeça das lagartixas.

Saturday, June 06, 2009

Paixão

© Nathan de Castro


Viver de saudade
é a morte confusa
de quem perde o chão,
e o sumo da tarde
balança e não cruza
co'o céu da razão.
O verso certeiro
traz na letra o cheiro
do olhar da ilusão,
e o encanto do nada
desperta a enxurrada
no vil coração.

Persigo a cidade
feliz, de onde a musa
escreve o verão.
A luz se me invade
e a noite recusa
a palavra: razão.
Somente o primeiro
amor é o certeiro
e o fiel da canção,
mas a verdadeira
paixão não tem eira,
nem sol, nem perdão.

Friday, June 05, 2009

A Árvore Tombada


© Nathan de Castro

Tem uma árvore tombada na colina. A gente nota que ela já chorou toda a seiva e, provavelmente, vai servir de lenha para alguma fogueira, algum fogão ou alguma lareira. A árvore tombada desnuda-se, involuntariamente, com os efeitos do clima: é sol, é chuva, é dia, é noite, e lá está a árvore tombada... A cada dia mais frágil, mais silenciosa e mais vazia. Ela já não se lembra dos perfumes que espalhava nas tardes primaveris, não se lembra das mudanças das estações, da alegria dos galhos ao balanço do vento e dos alegres pássaros que faziam os seus ninhos por entre as folhagens verdejantes. Como era belo o viver!... Como era bom sentir a vida brotar por entre os galhos. Que dizer dos frutos?... Daqueles garotos travessos que subiam nos galhos, colhiam os frutos maduros e se lambuzavam com o suco e a polpa?... Sim, tem uma árvore tombada na colina. É triste ver que a árvore não tombou por vontade própria. Dói saber que foi lenta a sua agonia. Os sinais dos golpes de machado ainda podem ser vistos no tronco. Sim, tem uma árvore tombada na colina e nada posso fazer para curar essa dor de poema inacabado.

Tuesday, June 02, 2009

De onde vem o perigo?

© Nathan de Castro

Com o desaparecimento do vôo 447 da Air France, Rio / Paris, surgem as diversas especulações sobre as causas do desastre.
Já culparam os raios, as tempestades na região... Falaram até em uma formação de gelo da proporção de um iceberg...
O repórter do Legacy, Joe Sharkey se aproveita da tragédia para acusar, desonestamente, os controladores de vôo brasileiros.
São tantas as hipóteses que a gente fica completamente perdido, principalmente, levando-se em conta que esse trajeto já é feito a quase 60 anos e nunca ocorreu algo semelhante, e olhem que o Airbus A-330 não é uma aeronave comum.
Cansado de ver e ouvir notícias da tragédia, resolvi navegar um pouco pela net, e vejam a notícia com a qual fui me deparar:
“ 16/02/2009 – Restos do choque de satélites serão ameaça.
A notícia da colisão de dois satélites de comunicação, um russo e um americano, em pleno espaço, a 790 kms de altitude, na última terça-feira(11) surpreendeu desde as autoridades espaciais até o público leigo.”
No mesmo site, uma arte criada pela Agência Espacial Européia, mostra um quadro assustador para todos os que precisam e se utilizam desse meio de transporte, até quando não sabemos, mais seguro do planeta.
Fonte:
http://www.apolo11.com/spacenews.php?posic=dat_20090216-073451.inc